Taquicardia ventricular: sintomas, tratamentos e causas
O que é Taquicardia ventricular?
Sinônimos: taquicardia de complexo largo
Taquicardia ventricular é uma arritmia que ocorre em um dos ventrículos do coração. Para entender melhor, o coração é dividido em quatro áreas, denominadas câmaras. Dois átrios (que recebem sangue do corpo) e dois ventrículos (mais musculosos). Estes últimos devem empurrar o sangue através dos pulmões, no lado direito e através do corpo todo, no lado esquerdo. As arritmias ventriculares são aquelas que nascem nos ventrículos. Cada batimento nascido no ventrículo é chamado extrassístole ventricular. Quando três ou mais extrassístoles aparecem em sequência, com frequência maior que 100 batimentos por minuto, chama-se taquicardia ventricular.
1. Átrio direito; 2. Átrio direito; 3. Ventrículo direito; 4. Ventrículo esquerdo
PATROCINADO: Confira as 10 camisinhas mais populares
Tipos
A taquicardia ventricular pode ser de tipos variados:
Monomórficas: quando apresentam origem no mesmo lugar do ventrículo
Polimórficas: quando tem varias origens
Instáveis: quando fazem a pressão cair muito, colocando em risco imediato a vida da pessoa
Estáveis: quando não altera a pressão arterial, nível de consciência ou falta de ar.
Uma forma mais prática de dividir as arritmias são quando ocorrem em pessoas com coração normal ou com alguma cardiopatia estrutural.
SAIBA MAIS
Açúcar em excesso favorece problemas no coração
Exercício excessivo faz mal ao coração?
Apneia do sono está ligada a várias doenças do coração
Causas
A taquicardia ventricular pode acontecer em decorrência de:
Alguma lesão do miocárdio, seja ela discreta ou evidente
Um episódio prévio de miocardite (inflamação do miocárdio)
Infarto agudo do miocárdio
Cardiopatia alcóolica
Doença de chagas.
Outros problemas que causam taquicardias são genéticos, como a síndrome de Brugada ou na miocardiopatia hipertrófica ou então não tem causa identificável.
SAIBA MAIS
Sintomas de infarto: dor no peito não é único sinal
Saiba como acontece um ataque cardíaco
Você sabe cuidar da saúde do seu coração?
Pessoas com doença estrutural (Alteração no ecocardiograma ou ressonância magnética) têm um quadro de maior risco e devem ter acompanhamento mais de perto.
Fatores de risco
Taquicardias ventriculares são mais comuns em corações que sofreram alguma alteração estrutural (doenças que causaram dano ao músculo ou cirurgia cardíaca prévia).
Os fatores de risco são semelhantes aos que causam infarto, insuficiência cardíaca e doença valvular cardíaca.
Outros causadores são:
Uso de estimulantes
Alguns tipos de distrofia muscular
Amiloidose
Sarcoidose
Doença de chagas (quando existe comprometimento cardíaco).
Pacientes portadores de outras alterações menos evidentes, em que membros da família tiveram morte súbita em idade jovem, apresentam maior risco de taquicardias ventriculares e devem ser avaliados.
Sintomas de Taquicardia ventricular
A maioria dos pacientes se queixa de palpitações, batimentos rápidos ou irregulares no peito, acompanhados ou não de tonturas e fraqueza. Quando as arritmias ventriculares são extrassístoles, a pessoa pode não notar e apresentar o quadro clínico já com dilatação do coração e insuficiência cardíaca.
Os sintomas mais graves são:
Síncope (desmaio)
Pré-síncope
Morte súbita abortada
diagnóstico e exames
Buscando ajuda médica
O sintoma que mais chama a atenção é aquele que sugere que o fluxo para o cérebro está reduzido. Assim, síncope (desmaios), pré-síncope, angina, em especial quando acompanhados por palpitações ou aceleração do coração sugerem que a arritmia pode ser rápida demais para o corpo aguentar. E isso coloca a pessoa em risco de vida.
SÉRIE CUIDE DO SEU CORAÇÃO
Consulta ao cardiologista - SAIBA MAIS
4 de 7
Diagnóstico de Taquicardia ventricular
As taquicardias ventriculares podem ser observadas em exames que documentam o ritmo elétrico do coração. São eles:
Eletrocardiograma: registra o ritmo do coração naquele momento. Se a pessoa estiver com arritmias nos 30 segundos onde é feito o exame, é perfeito para o diagnóstico
Holter: serve como um eletrocardiograma, feito por um aparelho que a pessoa carrega como um celular com fios conectados ao corpo. O tempo de registro pode durar de 24h a até 7 dias. No final do exame as arritmias são quantificadas (se existirem). É muito importante que a pessoa anote o que fez durante o período de monitorização para quem laudar o exame correlacionar com o que a pessoa estiver sentindo
Ecocardiograma: para ver o formato do coração e risco de vida trazido pela arritmia. Arritmias ventriculares com baixa fração de ejeção (uma medida da força com que o coração contrai) têm um tratamento diferente daqueles onde o ecocardiograma é normal
Estudo eletrofisiológico invasivo: um procedimento onde fios de metal (catéteres) vão até o coração e testam a possibilidade da indução das arritmias em um ambiente controlado. Serve tanto para diagnóstico como para tratamento. A Ablação, procedimento complementar ao estudo, permite que através dos mesmos catéteres a região doente do coração seja cauterizada e a arritmia sanada, o que é possível na maioria dos casos.
tratamento e cuidados
Tratamento de Taquicardia ventricular
Taquicardias ventriculares podem ser tratadas de quatro formas:
Observação
Arritmias tipo extrassistolia, arritmias muito lentas (chamadas “RIVA”), com coração normal e sem sintomas podem ser observadas com controle semestral ou anual.
Medicações
Geralmente o tratamento envolve bloqueadores de receptores de adrenalina (Betabloqueadores), e algumas medicações que controlam a própria arritmia (Anti-arrítmicos de outras classes). O uso é diário ou mais de uma vez ao dia. Às vezes necessita de acompanhamento com intervalos menores para detectar efeitos colaterais. A amiodarona, por exemplo, apesar de ótimo anti-arrítmico pode causar dano à tireoide.
Ablação
Quando as drogas causam efeitos colaterais importantes ou o uso não é desejado pelo paciente, é possível cauterizar a origem da arritmia. Isso traz a possibilidade de redução do uso de medicações e em alguns casos de insucesso, controle melhora das arritmias.
Implante de cardiodesfibrilador
Em arritmias onde existe risco à vida da pessoa, pode não haver uma segunda chance para o caso de falha do tratamento anterior. Assim, é colocado através da veia até o coração um fio metálico (eletrodo), conectado ao gerador de um aparelho semelhante a um marcapasso, por baixo da pele. Ele trata tanto arritmias lentas quanto rápidas através de um choque interno.
Medicamentos para Taquicardia ventricular
Os medicamentos mais para o tratamento de taquicardia ventricular são:
Amiodarona
Ancoron
Cordil
Digoxina
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
PATROCINADO: Confira os 10 produtos mais populares para acne
convivendo (prognóstico)
Complicações possíveis
Taquicardias ventriculares não tratadas podem ter prognóstico extremamente benigno até a morte. A avaliação do risco deve ser feita pelo médico, e de preferência, com concordância do paciente. O tratamento, quando feito de forma segura, traz uma ótima qualidade de vida.
Expectativas
Em corações normais, a chance de sucesso com ablação fica em torno de 9095%. Em corações com alteração, fica em cerca de 60% ao término de um ano
As medicações permitem melhora da mortalidade em 60-70%, quando administradas de forma somada
Quando necessário, o implante do CDI(Desfibrilador) reduz mortalidade em até 30%.
fontes e referências
Cardiologista Bruno Valdigem, da Sociedade Brasileira de Arritmias cardíacas e especialista Minha Vida - CRM 118535/SP