Insuficiência cardíaca: sintomas, tratamentos e causas
O que é Insuficiência cardíaca?
A insuficiência cardíaca, também chamada de insuficiência cardíaca congestiva, é uma doença na qual o coração não consegue mais bombear sangue suficiente para o resto do corpo, não conseguindo suprir as suas necessidades.
Tipos
A insuficiência cardíaca pode ser dividida principalmente em dois tipos:
Insuficiência cardíaca sistólica: ocorre quando o músculo cardíaco não consegue bombear ou ejetar o sangue para fora do coração adequadamente
Insuficiência cardíaca diastólica: os músculos do coração ficam rígidos e não se enchem de sangue facilmente
Ambos problemas têm uma coisa em comum: o coração não consegue mais bombear sangue suficiente rico em oxigênio para o resto do corpo.
Causas
A insuficiência cardíaca é uma doença crônica de longo prazo, embora possa, às vezes, se desenvolver repentinamente. Ela pode afetar apenas um dos lados do coração, sendo chamada, dependendo do caso, de insuficiência cardíaca direita ou insuficiência cardíaca esquerda. Mesmo que ela se desenvolva em somente um lado do coração, ambos os lados acabam sendo afetados conforme o tempo vai passando.
Como a função de bombeamento do coração está comprometida, o sangue pode retornar a outras áreas do corpo, acumulando-se, por exemplo, nos pulmões, fígado, trato gastrointestinal, braços e pernas. Daí o outro nome dado à doença: insuficiência cardíaca congestiva. Com isso, faltam oxigênio e nutrientes para os órgãos onde houve acúmulo de sangue, prejudicando e reduzindo a capacidade destes de trabalhar adequadamente.
No Brasil a causa mais comum da insuficiência cardíaca é a doença arterial coronariana (DAC), na qual teremos um estreitamento dos vasos coronarianos, que são responsáveis por levar oxigênio ao músculo cardíaco, pela presença de placas de gordura podendo levar a isquemia e infarto. Também podem levar a esta condição clínica alterações nas válvulas cardíacas, níveis pressóricos não controlados, inflamações do músculo cardíaco , doença de chagas e outras causas.
Fatores de risco
Um fator de risco único pode ser suficiente para causar insuficiência cardíaca, mas uma combinação de fatores, de acordo com médicos, também pode aumentar o risco da doença:
Pressão arterial elevada
Doença arterial coronariana
Ataque cardíaco
Diabetes e alguns medicamentos para tratar a doença
Apneia do sono
Cardiopatias congênitas
Infecção por vírus
Consumo de álcool
Batimentos cardíacos irregulares, a exemplo de arritmia.
Sintomas de Insuficiência cardíaca
Os sintomas da insuficiência cardíaca normalmente começam devagar. No início, podem aparecer apenas quando se está mais ativo. Com o passar do tempo, problemas respiratórios e outros sintomas podem começar a serem percebidos mesmo ao descansar.
No entanto, os sintomas de insuficiência cardíaca podem também aparecer de repente, logo após um ataque cardíaco ou outro problema cardíaco.
Os sintomas mais comuns da insuficiência cardíaca são:
Falta de ar na atividade física ou logo após estar deitado por um tempo
Tosse
Inchaço dos pés e tornozelos
Inchaço do abdômen
Ganho de peso
Pulso irregular ou rápido
Sensação de sentir o batimento cardíaco (palpitações)
Dificuldade para dormir
Fadiga, fraqueza, desmaios
Perda de apetite, indigestão
Diminuição da atenção ou concentração
Redução do volume de urina
Náuseas e vômitos
Necessidade de urinar durante a noite
Bebês podem apresentar suor durante a alimentação (ou outra atividade).
Alguns pacientes com insuficiência cardíaca não apresentam sintomas. Nessas pessoas, os sintomas podem aparecer somente sob as seguintes condições:
Ritmo cardíaco anormal (arritmias)
Anemia
Hipertireoidismo
Infecções com febre alta
Doença renal.
diagnóstico e exames
Na consulta médica
O médico deverá colher uma história clínica do paciente observando a presença de sintomas como falta de ar e cansaço, história de doenças prévias e familiares, e fazer um exame físico detalhado procurando identificar possíveis sinais da doença.
Diagnóstico de Insuficiência cardíaca
O diagnóstico na maioria das vezes poderá ser feito baseado na história clínica do paciente, na sintomatologia e no exame físico. Os exames laboratoriais e de imagem serão complementares no diagnóstico e ajudarão no tratamento e seguimento deste pacientes.
Exames
Ecocardiograma de 12 derivações: possibilita a identificação de alterações de sobrecarga ou dilatação do músculo cardíaco e a presença de arritmias
Raio-X de tórax: avalia o tamanho do coração, presença de líquido nos pulmões e presença de infecções associadas
Ecocardiograma bidimensional: avalia o músculo cardíaco, a função do coração e as válvulas cardíacas
Angiotomografia coronariana: identifica a presença de placas de gordura e variações anatômicas
Ressonância cardíaca: calcula a função do coração, o tamanho das câmaras cardíacas, a presença de infartos e fibrose no músculo e ajuda no diagnóstico das causas da patologia
Cineangiocoronariografia: identifica a presença de placas de gordura, e possibilita o tratamento seja de valvulopatias ou obstruções coronarianas
Tratamento de Insuficiência cardíaca
O tipo de tratamento a ser indicado deverá ser individualizado para cada paciente e dependerá de alguns fatores como: A causa da insuficiência cardíaca, os sintomas e complicações clínicas apresentados pelo paciente e o estágio da doença. O tratamento.
Em geral o paciente deverá restringir o uso de sal, a ingesta de líquidos e perder peso. Não poderá ingerir gorduras e frituras.
O tratamento medicamentoso avançou muito nos últimos anos, e têm possibilitado diminuição dos sintomas, aumento da sobrevida e da qualidade de vida dos pacientes. Serão utilizados antihipertensivos para controle da pressão arterial, diuréticos para diminuir o inchaço das pernas e liquido no pulmão, medicações que diminuam a descarga de adrenalina encontrada nestes pacientes, remédios que melhorem a contratilidade do coração e vasodilatadores.
Em alguns casos, a doença subjacente que levou a disfunção do coração, necessitará de tratamento percutâneo com stents ou cirúrgico. Um exemplo muito comum são as valvulopatias, em que se pode fazer a correção da válvula do paciente, ou a sua troca, por uma nova que poderá ser de material biológico ou metálico. Outra abordagem cirúrgica poderá ser através de cirurgias de implante de enxertos de veia safena ou artérias mamárias, nas situações em que o fluxo de sangue nos vasos coronarianos estão comprometidos. Nos estágios mais avançados da doença , o transplante cardíaco poderá ser a única terapia efetiva.
Medicamentos para Insuficiência cardíaca
Os medicamentos mais usados para o tratamento de insuficiência cardíaca são:
Aldactone
Aminofilina
Ancoron
Aradois
Atenolol
Amiodarona
Apresolina
Atorvastatina Cálcica
Besilato de Anlodipino
Captopril
Carvedilol
Clexane
Concor
Cardcor
Clortalidona
Diamox
Digoxina
Diovan
Diurix
Dobutamina
Enalapril
Espironolactona
Hidroclorotiazida
Higroton
Isordil
Isossorbida
Lipitor
Lisinopril
Losartana Potássica
Monocordil
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Convivendo/ Prognóstico
O prognóstico será melhor quanto mais precocemente a doença for identificada e quanto maior for a adesão ao tratamento e as recomendações propostas.
Complicações possíveis
O paciente poderá ter algumas complicações agudas que necessitem de tratamento de urgência para alívio dos sintomas. Poderá evoluir também para insuficiência renal, necessidade de diálise, uso de marcapassos e implante de dispositivos para tratar arritmias.
Prevenção
Na maioria dos casos, a insuficiência cardíaca é causada por doenças preveníveis. Deve-se procurar manter um estilo de vida saudável, com alimentação adequada, atividade física regular, não fumar e evitar o stress. Deve-se procurar um cardiologista com regularidade para que se possa avaliar a pressão arterial e identificar a presença de condições que poderão no futuro levar ao desenvolvimento da doença.