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Cardiopatia congênita: sintomas, tratamentos e causas

O que é Cardiopatia congênita?

Sinônimos: doença cardíaca congênita

A doença cardíaca congênita (cardiopatia congênita) é uma alteração na estrutura do seu coração presente antes mesmo do nascimento. É um termo genérico utilizado para descrever alterações do coração e dos grandes vasos, presentes ao nascimento. Essas alterações ocorrem enquanto o feto está se desenvolvendo no útero e pode afetar cerca de 1 em cada 100 crianças, segundo dados da American Heart Association. É a alteração congênita mais comum e uma das principais causas de óbito relacionados a malformações congênitas.

Segundo dados da sociedade brasileira de cardiologia no Brasil nascem em torno de 23 mil crianças com problemas cardíacos. Dessas em torno de 80% necessitarão de alguma cirurgia cardíaca durante a sua evolução.

As cardiopatias congênitas podem produzir sintomas no nascimento, durante a infância, ou estão só na idade adulta. Em alguns casos, a cardiopatia congênita não causa sintomas.

Exames para o coração

Tipos

As cardiopatias congênitas mais comuns incluem:

  • Alterações na válvula cardíaca: O problema mais comum no nascimento é a válvula aórtica bicúspide. Ocorre quando ela ao invés de ser formada por três folhetos, é formada por dois. Podemos ter também o estreitamento (estenose) das válvulas um fechamento completo (atresia), que impede ou dificulta o fluxo de sangue. Outras modificações nas válvulas incluem válvulas com vazamento ou que não fecham adequadamente, permitindo assim que o sangue retorne, em vez de seguir seu fluxo (insuficiência)

  • Alterações nas paredes entre os átrios e ventrículos do coração levando aos shunts : furos ou passagens entre as câmaras direitas e esquerda do coração provocando a mistura de sangue oxigenado com sangue não oxigenado. Estas alterações podem provocar o fluxo de sangue da direita para esquerda ou no sentido inverso. Podemos ter a comunicação entre os átrios (CIA), comunicação entre os ventrículos (CIV), persistência do canal arterial (PCA) entre outras

  • Anormalidades no músculo cardíaco como má formação do ventrículo direito, esquerdo e ventrículo único

  • Podemos ter também a combinação, em um mesmo paciente, de mais de uma alteração.

Causas

O coração é dividido em quatro câmaras – duas do lado direito e duas do lado esquerdo. No desempenho de sua tarefa básica - bombear sangue por todo o corpo - o coração usa seus lados esquerdo e direito para diferentes tarefas.

O lado direito do coração, recebe o sangue venoso rico em gás carbônico, proveniente dos tecidos, e será transportado para os pulmões através das artérias pulmonares. Nos pulmões, ocorrerá a hematose que é o processo em que o gás carbônico será trocado por oxigênio , e em seguida, este sangue rico em oxigênio retornará para o lado esquerdo do coração através das veias pulmonares. O lado esquerdo do coração bombeia o sangue através da aorta para o resto do corpo para que as células possam utilizar o oxigênio como combustível para o seu funcionamento.

A maioria das alterações cardíacas ocorre quando o bebê ainda está no útero. Durante o primeiro mês de gestação, o coração do feto começa a bater. Nesta altura, o coração é apenas um tubo com um formato que lembra vagamente um coração. Logo as estruturas se formam em ambos os lados do órgão, bem como os vasos sanguíneos que transportam o sangue.

Geralmente é neste momento no desenvolvimento de um bebê que as alterações cardíacas podem começar a desenvolver. Não se sabe ao certo o que causa a cardiopatia congênita, mas há suspeita de algumas condições:

  • As alterações genéticas ou cromossômicas na criança, como a síndrome de Down, que leva a uma incidência 8 x maior de desenvolver alguma cardiopatia

  • Uso de certos medicamentos, álcool ou drogas durante a gravidez

  • Infecção viral materna, como rubéola, no primeiro trimestre de gravidez

  • O risco de ter uma criança com doença cardíaca congênita pode dobrar se um pai ou um irmão tem uma alteração cardíaca congênita.

Fatores de risco

Alguns fatores de risco ambientais e genéticos podem desempenhar um papel no desenvolvimento da cardiopatia congênita. Eles incluem:

  • Hereditariedade

  • Doenças cromossômicas, como síndrome de Down, Síndrome de DiGeorge, Síndrome de Marfan, Síndrome de Noonan, Trissomia 13 e Síndrome de Turner

  • Rubéola durante a gravidez

  • Diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2 na gravidez, que pode interferir com o desenvolvimento do coração. A diabetes gestacional geralmente não aumenta o risco de cardiopatia congênita

  • Tomar certos medicamentos durante a gravidez é conhecido por causar alterações congênitas, incluindo os cardíacos. Alguns exemplos são o isotretinoína, para o tratamento da acne, e lítio, utilizado para o tratamento de desordem bipolar

  • O consumo de álcool e drogas durante a gravidez também pode contribuir para a cardiopatia congênita.

sintomas

Sintomas de Cardiopatia congênita

Os sintomas de cardiopatia congênita podem não aparecer até mais tarde na vida. Eles também podem reaparecer anos depois de fazer algum tratamento para um problema cardíaco. Os sintomas dependerão também do tipo de má-formação apresentado pelo paciente.

  • A cianose (pele com coloração azulada)

  • aparecerá nas alteração que provocam shunt, ou seja, uma passagem anormal do sangue do lado direito do coração (rico em CO2), para lado esquerdo (rico em O2). Com isso teremos a entrada de sangue pouco oxigenado na circulação que vai para o corpo todo

  • Falta de ar

  • Pneumonias de repetição

  • Tosse

  • Sudorese ou cansaço para as mamadas (neonatal)

  • Cansar rapidamente após exercício

  • Tonturas ou desmaios

  • Inchaço de tecido do corpo ou órgãos (edema), por disfunção do músculo cardíaco.

diagnóstico e exames

Buscando ajuda médica

Se você está tendo sintomas preocupantes, tais como dor no peito ou falta de ar, procure atendimento médico de emergência.

Se você tiver qualquer um dos sinais ou sintomas de cardiopatia congênita e recebeu tratamento para uma alteração congênita no coração quando criança, marque uma consulta médica.

Na consulta médica

Se você foi diagnosticado com cardiopatia congênita anteriormente e não recebeu cuidados de acompanhamento ou desenvolveu complicações deste problema, marque uma consulta médica.

Se o seu filho tem uma cardiopatia congênita, ela provavelmente vai ser detectada logo após o nascimento ou antes do nascimento como parte de exames de rotina durante a gravidez. Se você suspeita que seu filho tem um defeito cardíaco que não foi diagnosticado nessa fase, marque uma consulta médica.

Especialistas que podem acompanhar a cardiopatia congênita são:

  • Pediatra

  • Cardiopediatra

  • Cardiologista.

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:

  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram

  • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade

  • Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

  • Quando os sintomas começaram?

  • Você pode descrever os sintomas?

  • Quando estes sintomas ocorrem?

  • Os sintomas são contínuos ou ocasionais?

  • Você tem algum histórico familiar de cardiopatias congênitas?

  • Alguma coisa parece melhorar os sintomas?

  • Seu filho cresceu e se desenvolveu dentro do esperado?

  • Alguma vez você/seu filho recebeu tratamento com medicamentos ou cirurgia para cardiopatia congênita?

  • Que outros medicamentos, vitaminas e suplementos você ou seu filho está tomando?

Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para cardiopatia congênita, algumas perguntas básicas incluem:

  • Qual é a causa mais provável dos sintomas?

  • Que tipos de testes são necessários?

  • Quais são os tratamentos disponíveis? O que você recomenda?

  • É necessário fazer alguma restrição na dieta ou atividades?

  • Com que frequência devem ser feitos os exames de acompanhamento?

  • Devo consultar um especialista?

  • Você tem algum material impresso que eu posso levar para casa comigo?

  • Quais sites você recomenda visitar?

Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.

Diagnóstico de Cardiopatia congênita

Em bebês e crianças

Em alguns casos, a cardiopatia congênita pode ser diagnosticada antes do nascimento, em exames pré-natais. Confira:

  • Ecocardiograma fetal

  • Ecocardiograma

  • Ultrassonografia.

Se esse não for o caso, o médico ou médica do seu filho pode suspeitar de um problema por ouvir um sopro cardíaco durante um exame de rotina. Um sopro cardíaco é um som que ocorre quando o sangue flui de forma anormal através do coração ou dos vasos sanguíneos.

Se há suspeita de cardiopatia congênita, o bebê ou criança poderá fazer vários testes para confirmar o problema. Além de um exame físico regular, estes podem incluir:

  • Ecocardiograma

  • avalia o músculo cardíaco, as válvulas e a função do coração

  • Eletrocardiograma

  • identifica a presença de arritmias, bloqueios e sobrecargas do coração

  • Radiografia de tórax

  • Além de conseguir avaliar o coração fornece informações também do pulmão

  • Oximetria de pulso

  • Identifica a presença de oxigênio no sangue

  • Tomografia cardíaca

  • Avalia a anatomia do coração, presença de outras anormalidades em outros órgãos associadas

  • Ressonância cardíaca

  • Avalia a função do coração, as válvulas, o músculo, a presença de tumores e comunicações

  • Cateterismo cardíaco. Pode ser usado como diagnóstico ou para correções de alterações.

Na grande maioria das vezes o ecocardiograma bem feito por um médico especialista na área, pode fornecer o diagnóstico. Nos casos em que ele não consegue fornecer as informações necessárias pode ser necessário o uso da tomografia ou da ressonância cardíaca . O cateterismo às vezes é necessário, pois pode dar uma visão muito mais detalhada do coração do que um ecocardiograma. Além disso, alguns procedimentos de tratamento da alteração congênita podem ser feitos durante o cateterismo cardíaco.

Em adultos

Se o médico ou médica suspeita de cardiopatia congênita ou que sua alteração cardíaca congênita pode ser o culpada para os problemas de saúde mais recentes, ele ou ela irá realizar um exame físico, incluindo ouvir o seu coração com um estetoscópio. Após os exames clínicos os métodos diagnósticos a serem utilizados são os mesmos indicados para as crianças.

  • Eletrocardiograma

  • Radiografia de tórax

  • Ecocardiograma

  • Teste ergométrico

  • Tomografia computadorizada ou ressonância magnética

  • Cateterismo cardíaco.

tratamento e cuidados

Tratamento de Cardiopatia congênita

O tratamento da cardiopatia congênita depende do tipo e da gravidade. Alguns bebês têm cardiopatias leves, que curam por conta própria com o tempo. Em outros casos, podem ser necessário tratamento medicamentoso ou exigir cirurgia cardíaca. Estas podem incluir: procedimentos por cateter, cirurgias de peito aberto ou, nos casos mais graves, um transplante de coração.

SAIBA MAIS
  • Sua personalidade põe em risco a saúde do seu coração?

  • Você sabe cuidar da saúde do seu coração?

Prevenção

Como a causa exata da maioria das cardiopatias congênitas é desconhecida, pode não ser possível evitar essas condições. No entanto, existem algumas coisas que podem ser feitas para reduzir o risco de cardiopatia congênita em seu filho:

  • Tomar a vacina de rubéola

  • Controlar doenças crônicas, como diabetes

  • Evitar substâncias nocivas durante a gravidez.


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